sexta-feira, 18 de março de 2011

Acusada de abandonar bebê dentro de saco é detida


   “Eu me sinto um monstro. O que eu fiz com o bebê foi pior do que o estuprador fez comigo”. A autora da frase é Sueli Nascimento Oliveira, de 31 anos, apontada como a mãe do bebê que foi encontrado na última terça-feira dentro de um saco plástico, num matagal de um sítio, no bairro do 40 Horas, em Ananindeua. A declaração foi feita no final da manhã de ontem, depois que ela foi detida em Belém por investigadores da Seccional da Cidade Nova.
 
   Os policiais chegaram até Sueli através de uma denúncia anônima, a qual indicava que ela se encontrava numa casa no bairro do Marco, na travessa Barão do Triunfo, próximo à avenida Almirante Barroso. No momento da detenção, Sueli exercia suas atividades de empregada doméstica e foi conduzida para a Seccional da Cidade Nova.
 
   Além dela, duas mulheres que moram com Sueli no conjunto Jardim Nova Esperança, em Ananindeua, também foram levadas para depor. As duas mulheres afirmaram que não sabiam que Sueli estava grávida, principalmente, pelo porte físico dela. “Eu nunca desconfiei de nada. Só fiquei sabendo agora disso”, garantiu uma das testemunhas, que preferiu não ser identificada.
 
   Esta testemunha disse que Sueli mora com ela e sua família há cerca de um ano. “Antes, ela morava com a minha irmã, que pediu pra eu ficar com ela. Nunca soube que a Sueli tinha família”. A empregada doméstica disse à imprensa ter sido vítima de um estupro há cerca de nove meses.
 
   “Um homem chegou com uma faca perto da estrada (rodovia) do 40 Horas, na hora que ia trabalhar. Quando ele me agarrou, disse que era pra eu calar a boca”, relembrou Sueli. Em seguida, ela descobriu que havia ficado grávida por conta do episódio, mas garantiu não ter escondido a gravidez de ninguém. Por fim, Sueli desabafou: “Estou arrependida e quero o meu filho de volta”.
 
   O delegado Vicente Costa informou que Sueli será indiciada por abandono de incapaz e tentativa de homicídio, já que expôs o bebê a uma série de perigos. O delegado enfatizou que, além do inquérito instaurado, serão solicitados exames que comprovem que a empregada doméstica realizou trabalho de parto, bem como seja confirmado que ela é mãe do bebê.

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