Danilo Miranda de Trairão disse que o Hospital Regional em Itaituba seria prioridade principal para seu município
Os prefeitos e autoridades presentes no Evento |
A Federação das Associações dos Municípios do Estado do Pará (Famep), suas Associações e Consórcios realizaram no último sábado, na cidade de Santarém, o Seminário Regional para o Desenvolvimento Integrado/Regiões do Baixo Amazonas e do Tapajós. O seminário aconteceu na sede da Associação Comercial e Empresarial (ACES) do município.
O evento contou com a presença do presidente da FAMEP, o prefeito de Ananindeua Elder Barbalho, do presidente da Amut e do Consócio Belo Monte, prefeito de Uruará, Eraldo Pimenta, e vários prefeitos da região.
O objetiva foi fazer um levantamento das parcerias estabelecidas com os governos do Estado e Federal através de convênios e elaborar uma agenda propositiva para ser apresentada a presidente Dilma Rousseff e ao governador Simão Jatene.
Elder Barbalho |
Helder Barbalho classificou o seminário como de suma importância, afirmando que a intenção da Famep é qualificar ainda mais os debates com os governos e apresentar sugestões de obras e serviços que os prefeitos gostariam de ver implantados, seja para beneficiar os municípios que governam ou a região em que se encontram.
“Apesar de ser de conhecimento público as necessidades do Baixo Amazonas e do Tapajós, como presidente da Famep não cabe a mim dizer quais as prioridades dessas regiões, por isso estamos debatendo com quem realmente entende e tem legitimidade para falar desses assuntos”, asseverou o prefeito Helder Barbalho, logo na abertura do evento, referindo-se ao desejo histórico das populações locais pelo asfaltamento da BR-163 (Santarém-Cuiabá) e Transamazônica, além da ampliação do programa Luz para Todos e melhorias na infraestrutura urbana, especialmente na construção de portos hidroviários e aeroportos.
Ele lembrou que para se ter idéia da importância das discussões, no seminário da região Metropolitana de Belém, onde o primeiro evento foi realizado, os prefeitos priorizaram o lixo e o transporte urbanos como questões fundamentais a serem resolvidas em busca do desenvolvimento sustentável.
Já em Santarém, os discursos dos prefeitos foram quase igual, os problemas citados como prioridades sempre foi direcionados a Saúde, Educação e Estradas e Vicinal.
Danilo Miranda de Trairão priorizou a saúde, e disse que a construção de um Hospital Regional em Itaituba iria favorecer seu município que é obrigado a mandar de Avião seus doentes para regional de Santarém, um prejuízo enorme para os cofres de seu município, e que de ônibus o paciente tem que fazer mais de 300 quilômetros. Já seu colega, o prefeito de Itaituba recorreu aos problemas de estradas e vicinais, no qual Valmir Climaco enfatizou que seu município tem sofrido ultimamente.
Os prefeitos presentes também elencaram como prioridades do Baixo Amazonas e do Tapajós a criação de polos da Universidade Estadual do Pará (UEPA), ampliação dos sistemas de abastecimento de água, aquisição de ambulanchas e a criação do Estado do Tapajós.
Criticas contundentes: Uma das falas mais contundentes veio do prefeito de Uruará, Eraldo Pimenta, que também preside a Associação dos Municípios da Rodovia Transamazônica, Santarém-Cuiabá e Região Oeste do Pará (Amut) e o Consórcio de Belo Monte. “O Pará e continental e as regiões são muito distantes. Temos um potencial mineral enorme, mas isso acaba se perdendo por conta dos muitos problemas sociais, o que reforça cada vez mais a necessidade da criação do Estado do Tapájos”, salientou Pimenta.
Eraldo fez críticas ao INCRA sobre olhar de Helder, Rocha e Pastana |
Para a prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins, os seminários que a Famep vem realizando são importantes para que os governos revejam uma forma mais legítima para a divisão das riquezas do país e do Estado. “Acho que devemos ir além desses eventos regionais e, assim como há a Marcha a Brasília, precisamos fazer uma marcha dos prefeitos do Pará a Belém, a fim de que haja um debate junto ao governo do Estado sobre as nossas necessidades”, propôs Maria do Carmo.
A prefeita Maria do Carmo elogiou a colocação do prefeito de Trairão que priorizou o Hospital Regional para Itaituba, e alfinetou afirmando que só assim melhoraria a demanda de pacientes que vem dessa região para se tratarem em Santarém, causando uma fila de doentes, dando uma mal impressão a saúde de seu município. No final a prefeita anflitrian disse de sua grande expectativa sobre a criação do tão sonhado Estado do Tapajós.
O prefeito Raimundo Reis enfatizou a necessidade de se construir um aeroporto no município dele, que hoje depende quase que exclusivamente de Alenquer para transportar o dinheiro que circula em Curuá. “Municípios rurais como o nosso precisam da ajuda do governo para a construção de aeroportos. Já compramos o terreno para a obra, mas faltam recursos para fazê-la”, relatou o gestor, aproveitando para informar que não há agência bancária em Curuá porque não há aeroporto. “Banco nenhum quer vir para cá e arriscar transportar o dinheiro pela estrada”, disse Reis.
A falta ou funcionamento precário de aeroportos ganhou coro no discurso dos demais prefeitos presentes no seminário. Muitos afirmaram que ter aeroporto não é um luxo, mas uma necessidade. Em Monte Alegre, por exemplo, o aeroporto existe, mas não é usado. “Até temos o espaço, mas não há linhas regulares, então é como se não existisse. Precisamos que funcione regularmente, principalmente para fortalecer a classe empresarial”, afirmou Aldenora Coutinho, vice-prefeita do município.
Outro tema que preocupa os gestores e que foi levantado durante o seminário diz respeito ao transporte escolar. Durante seu discurso, o prefeito Aparecido Florentino, de Rurópolis contou que, em 2010, seu município recebeu durante todo ano R$ 143 mil para serem investidos na área, mas a prefeitura alocou mais de R$ 1 milhão para o transporte dos alunos.
“Hoje ser prefeito é um grande desafio, temos que saber administrar os poucos recursos que temos, situação que se agrava quando precisamos arcar com nossas responsabilidades e a dos outros”, afirmou Aparecido, em alusão às obrigações do governo do Estado, a quem caberia arcar com o transporte escolar da rede estadual de ensino. “Esse valor a mais poderia ser investido em outras áreas em benefício da população, como infraestrutura e saneamento”, explicou o prefeito de Rurópolis..
Participaram, ainda, do seminário os prefeitos Geraldo Pastana, de Belterra e vice-presidente da Famep; Denilson Batalha, de Faro; Vilmar Climaco, de Itaituba; Manuel Costa, de Juruti; Sérgio Pingarilho, de Prainha; Marcílio Picanço, de Terra Santa e Danilo Miranda, de Trairão. O próximo seminário da Famep acontece nesta terça-feira (15), em Altamira, para os municípios que compõem a região do Xingu.
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