sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Câmara Municipal de Santarém repudia Prefeito de Manaus!


Várias foram as manifestações de repúdio do povo paraense em relação ao ato preconceituoso de Amazonino.

Vereadores Reginaldo Campos e Erasmo Maia
A declaração preconceituosa e racista com que o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, se dirigiu a uma mulher paraense no início desta semana gerou intriga entre os estados do Pará e Amazonas. Várias foram as manifestações de repúdio do povo paraense em relação ao ato preconceituoso de Amazonino.
O fato começou quando o prefeito Amazonino foi visitar uma área de risco, na periferia de Manaus. Ao chegar no local foi procurado por uma moradora que ao levar ao conhecimento dele as precárias condições de moradia do lugar foi agredida verbalmente pelo gestor. O Prefeito mandou a paraense morrer, já que não queria sair da área de risco em que morava. A paraense disse: “Mas a gente está aqui porque não tem condições de ter uma moradia digna”. O prefeito respondeu: “Minha filha, então morra, morra”.
Amazonino Mendes e a paraense Laudelice Paiva
Depois, a moradora disse que, se era assim: “Então, vamos morrer todos”. E então, o Prefeito questionou sua origem. Quando ela respondeu que era do Pará, Amazonino encerrou a discussão dizendo: “Então pronto, está explicado”.
Diante da questão, o líder do Partido Democratas (DEM), na Câmara Municipal de Santarém, vereador Erasmo Maia, adiantou que o Legislativo local vai lançar uma Nota de Repúdio em relação a declaração maldosa do Prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, sobre o povo paraense. Erasmo lembra que em 2006 representou a Câmara Municipal de Santarém, na Assembléia Legislativa do Amazonas, atendendo requerimento do deputado Artur Virgilio, em que tratava do mesmo assunto. “O resultado dessa sessão foi porque um paraense foi assassinado brutalmente por um amazonense, por discriminação. Naquele momento já havia e era muito forte em Manaus a ocorrência de atos discriminatórios aos paraenses”, afirma o Parlamentar.
 “É nesse sentido que queremos repudiar a atitude do prefeito Amazonino Mendes. Oficialmente vamos nos manifestar numa audiência pública ou numa sessão especial para que possamos discutir em Santarém a questão”, destaca Erasmo Maia, ressaltando que a discriminação foi feita de forma irresponsável e, que a Câmara de Santarém não pode aceitar a discriminação do povo paraense e essencialmente do Oeste do Pará.
Já o vereador Reginaldo Campos (PSB) disse que esse é um momento de reflexão, a respeito da luta de emancipação política da região, com a criação do Estado do Tapajós. Reginaldo afirma que o fato do grande número de paraenses estar hoje radicado em Manaus é pela falta de emprego entre nós, “o que mostra que o governo do estado do Pará, não foi competente de gerar as oportunidades de trabalho aqui na nossa região, em decorrência disso o nosso povo migrou para o Estado do Amazonas”, garantiu.  O parlamentar fez ver que o Estado do Amazonas apóia a criação do Estado do Tapajós. “Então, o momento não é de briga, mas de entendimento”, ameniza.
REPERCUSSÃO – Até mesmo amazonenses comentaram a notícia, pedindo desculpas pelo ocorrido. “Como amazonense, quero pedir perdão pelo Prefeito mal educado que tenho. Me envergonho disso, e sou totalmente contra o preconceito desse senhor, e espero que essa notícia se espalhe mesmo em todo o Brasil, para que ele seja envergonhado. Infelizmente todos nós (amazonenses) vamos pagar pelo o que ele falou. Infelizmente!”, conta uma amazonense, insatisfeita com declaração maldosa do prefeito Amazonino Mendes.
PROCESSO – A senadora Marinor Brito, líder do PSOL no Senado Federal, anunciou na última terça-feira, 22, que vai ingressar com uma representação na Procuradoria Geral da República contra o Prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, pelo suposto crime de preconceito quanto a migrante e discriminação.
Segundo a Senadora, a suposta atitude preconceituosa do Prefeito reforça o preconceito da sociedade com relação aos migrantes, especialmente as pessoas originárias do Estado do Pará, colocando-as em situação de inferioridade em relação aos demais brasileiros.
O deputado federal Claudio Puty (PT-PA) também vai entrar com uma representação contra Amazonino Mendes, no Ministério Público do Amazonas. Puty exige que Amazonino peça desculpas a todos os paraenses.
EXPULSÃO – O vereador da Câmara de Manaus, Wilton Lira (PTB) disse na última terça-feira, que a situação que já era difícil, se tornou insustentável. Lira quer a expulsão do prefeito Amazonino Mendes.
REPÚDIO – Todos os trinta e cinco vereadores da Câmara Municipal de Belém, por unanimidade e sob aplausos, repudiaram e declararam formalmente “persona non grata” ao prefeito de Manaus (AM), Amazonino Mendes (PTB). A Câmara de Belém anunciou que atendendo aos diversos requerimentos dos vereadores, apresentou votos de repúdio, contra o Prefeito Municipal de Manaus, Amazonino Mendes, pela sua atitude discriminatória contra o Povo Paraense, quando se referiu diretamente de forma pejorativa a uma cidadã paraense, ofendendo a dignidade e a essência da cidadania e da democracia que a ela representava.
OAB – A Ordem dos Advogados do Brasil no Pará divulgou uma nota de repúdio condenando o que considerou uma “infeliz manifestação” do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes. A instituição considera que Amazonino deve se desculpar “com os pobres, que também ajudaram a elegê-lo, bem como com o povo do Pará – que na pessoa de uma mulher, foi ofendido”.
INDIGNAÇÃO – O deputado Airton Faleiro (PT) teve de ser convencido por outros parlamentares a não colocar em votação, na sessão ordinária de quarta-feira, 23, na Assembléia Legislativa, um requerimento que declarava o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, de “persona non grata” no Pará. Após ser aparteado pelos deputados, Edmilson Rodrigues (PSol),Gabriel Guerreiro (PV), Alexandre Von (PSDB) e Zé Maria (PT), o deputado Airton Faleiro concordou pela aprovação do requerimento, de autoria do deputado Edmilson Rodrigues, que apenas repudia as declarações de Amazonino.
IMPEACHMENT – O vereador amazonense Joaquim Lucena (PSB) garantiu que até a próxima segunda-feira (28) encaminhará à Corregedoria da Câmara Municipal de Manaus (CMM) o pedido de impeachment do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), em função do episódio ocorrido na última segunda-feira (21), quando se desentendeu com a moradora de área de risco na comunidade Santa Inês, zona Norte de Manaus, Laudelice Paiva. O caso ganhou repercussão nacional e autoridades do Estado do Pará exigem que Amazonino peça desculpas pelo tratamento dado à moradora paraense. Lucena explicou que o pedido será embasado no artigo 81 da Lei Orgânica do Município (Loman), que trata da responsabilidade do prefeito. Em um dos incisos da legislação, o Prefeito pode ser processado em caso de agir de modo incompatível com a dignidade e decoro do cargo.
FONTE: Manoel Cardoso

Nenhum comentário:

Postar um comentário